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A traição, por mais dolorosa que seja no plano pessoal, não gera automaticamente o direito a uma indenização na Justiça. O entendimento majoritário dos tribunais hoje é de que a infidelidade, por si só, não configura dano moral indenizável, pois envolve questões da vida privada, íntima, e nem sempre há como medir o impacto jurídico da dor emocional causada.
Isso porque o casamento é uma relação baseada em afeto e confiança — e o fim desse vínculo, mesmo por motivo de traição, não costuma ser tratado como um "ato ilícito civil" passível de reparação financeira.
Agora, existem exceções. Se a traição foi pública, humilhante ou expôs a outra pessoa ao ridículo, aí sim pode haver espaço para discutir uma indenização. Por exemplo: quando o cônjuge traidor exibe a nova relação nas redes sociais antes mesmo da separação, ou age de forma ofensiva e vexatória.
Nesse tipo de situação, a Justiça pode entender que houve violação da dignidade e da honra, o que justificaria um pedido de reparação. Ou seja, não é a traição em si, mas a forma como ela aconteceu que pode gerar consequências jurídicas.
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